A decisão de Zagallo de deixar 50% de sua herança para Mario Cesar foi formalizada no testamento, onde ele se declarou "profundamente triste e magoado" com os outros três filhos. A lei brasileira estabelece que metade dos bens de uma pessoa deve ser destinada obrigatoriamente aos herdeiros diretos, como filhos e esposa. Os 50% restantes podem ser distribuídos conforme a vontade do testador.
Dessa forma, o filho mais novo ficará com 62,5% dos bens, enquanto os outros três filhos terão apenas 12,5% cada. O documento traz ainda relatos do tabelião Luiz Fernando Carvalho Faria, que narra a escolha de Zagallo como uma forma de retribuir o carinho e dedicação de Mario Cesar, especialmente após a morte de sua esposa, quando os outros filhos supostamente se afastaram.
O ex-jogador expressa, no testamento, estar ciente dos procedimentos judiciais movidos pelos outros três filhos contra sua esposa, na tentativa de tornar nulo o inventário realizado há mais de quatro anos. Essa situação teria causado profunda tristeza e mágoa a Zagallo, justificando sua decisão de privilegiar Mario Cesar na partilha dos bens.
O conflito familiar adiciona uma camada de complexidade à despedida de Zagallo, destacando não apenas suas conquistas nos campos de futebol, mas também as adversidades enfrentadas em seu círculo íntimo. O velório, que ocorrerá na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), certamente será marcado não apenas pela homenagem ao ícone do esporte, mas também pela reflexão sobre as complicações que podem surgir nas relações familiares, mesmo entre personalidades públicas admiradas por milhões.