Gkay é denunciada por crime racial após comentário maldoso e se explica

Cassia Marinho

Influenciadora Gkay é Denunciada pelo Ministério Público por Discriminação Racial: Caso Envolve Postagem Polêmica no X

A influenciadora e humorista Géssica Kayane, conhecida como Gkay, foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo crime de discriminação racial. A informação, revelada com exclusividade pela coluna da jornalista Fábia Oliveira, aponta que a denúncia tem como base uma postagem feita por Gkay em seu perfil na rede social X (antigo Twitter). De acordo com o Estatuto da Igualdade Racial, discriminação racial é definida como toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência, ou origem nacional ou étnica. A legislação estabelece que o crime pode gerar pena de prisão de um a cinco anos, além de multa.

 Postagem Polêmica e Origem da Denúncia

O caso que levou à denúncia do MPF remonta a uma publicação feita por Gkay em seu perfil no X, há cerca de 13 anos. Na postagem, Gkay escreveu: “Mais uma mordomia pra esses brasileiros que tanto gostam da vida boa e preguiçosa, esse tal de sistema de cotas. Uma palhaçada isso sim!”. A frase, que fez alusão negativa ao sistema de cotas raciais no Brasil, rapidamente gerou repercussão negativa e acusações de discriminação racial. 

A influenciadora já prestou depoimento à polícia e confirmou ser a autora da publicação. Gkay alegou que a postagem foi feita quando ela tinha 18 anos e que, na época, era jovem e sem instrução, classificando o conteúdo como "de mau gosto". Em sua defesa, ela afirmou que hoje reconhece o erro e que a publicação não reflete suas crenças atuais. Apesar disso, a gravidade do caso levou o Ministério Público a prosseguir com a denúncia.

 Discrepâncias sobre a Idade e Implicações Legais

Um ponto de divergência no caso diz respeito à idade de Gkay no momento da publicação. A influenciadora declarou que tinha 17 anos quando fez a postagem, o que a colocaria na condição de menor de idade à época. No entanto, o MPF sustentou que Gkay já tinha 18 anos, o que a tornaria plenamente responsável pelos atos conforme a legislação brasileira. A juíza responsável pelo caso acatou a denúncia do MPF, que recusou qualquer proposta de acordo devido à gravidade do crime.

É importante ressaltar que, no Brasil, os crimes de racismo não prescrevem, ou seja, podem ser julgados a qualquer tempo, independentemente de quando foram cometidos. Com base nessa premissa, a denúncia apresentada pelo Ministério Público em julho de 2024 foi aceita pela juíza, que considerou procedentes as alegações contra Gkay.

 Histórico de Controvérsias

Esta não é a primeira vez que o nome de Gkay é associado a declarações controversas. Em 2022, a influenciadora desativou seu perfil no X após internautas resgatarem postagens antigas com conteúdos considerados racistas, com apologia ao nazismo e gordofóbicos. À época, Gkay tentou se desculpar e afirmou que suas opiniões haviam mudado com o tempo, mas as polêmicas abalaram sua imagem pública.

Gkay construiu sua carreira como influenciadora digital e humorista, conquistando milhões de seguidores nas redes sociais. No entanto, suas declarações e postagens passadas frequentemente ressurgem, gerando repercussões negativas e colocando sua carreira em xeque. A denúncia atual por discriminação racial é mais um capítulo nessa trajetória marcada por altos e baixos, e pode trazer consequências legais sérias para a influenciadora.

Repercussão e Reações

Desde que a denúncia foi divulgada, as redes sociais se encheram de debates e comentários sobre o caso. Muitos internautas expressaram indignação com as atitudes de Gkay, enquanto outros ponderaram sobre a importância de considerar o contexto e o amadurecimento pessoal ao longo dos anos. Apesar das tentativas de Gkay em se redimir e explicar o ocorrido, o impacto de suas palavras continua gerando controvérsia.

Especialistas jurídicos apontam que, embora Gkay tenha assumido o erro e demonstrado arrependimento, a lei brasileira é clara quanto às penalidades para o crime de discriminação racial. A recusa do MPF em oferecer um acordo reforça a postura rígida adotada em casos dessa natureza, demonstrando que, independentemente da popularidade ou do status de uma pessoa, as consequências legais por discriminação racial serão aplicadas.

Enquanto aguarda o desenrolar do processo judicial, Gkay tenta manter suas atividades como influenciadora, embora o caso tenha abalado sua base de seguidores e gerado desconfiança em relação à sua imagem pública. O impacto na carreira da humorista ainda é incerto, mas o processo legal seguirá seu curso, podendo resultar em penalidades significativas, caso Gkay seja condenada.

O caso de Gkay serve como um lembrete sobre o poder das palavras, especialmente nas redes sociais, e as repercussões que elas podem ter a longo prazo. No Brasil, a luta contra o racismo e a discriminação é constante, e figuras públicas têm uma responsabilidade ainda maior de promover respeito e igualdade em suas comunicações.

 

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