Os tubarões, peixes cartilaginosos de corpo hidrodinâmico pertencentes à superordem Selachimorpha, habitam os oceanos há cerca de 400 milhões de anos. A presença global desses animais torna os ataques de tubarão uma preocupação constante em muitas regiões do mundo, ainda que sejam eventos relativamente raros.
Recentemente, um incidente chocante ocorreu em Port Noarlunga, Adelaide, Austrália, quando a mergulhadora esportiva e consultora ambiental Bridgette O’Shannessy, de 32 anos, foi atacada por um tubarão-branco enquanto nadava. O ataque foi tão intenso que os dentes do tubarão ficaram cravados em seu crânio, causando danos nervosos e ferimentos graves no rosto, além da perda de dentes. Seu namorado, Brian Gordon Roberts, conseguiu resgatá-la da água, proporcionando assistência imediata até que Bridgette fosse levada a um centro médico local. Ela passou por cirurgia para remover os dentes do tubarão e encontra-se em condição estável.
Embora os ataques de tubarão sejam raros, a costa de Pernambuco, no Brasil, tornou-se conhecida por sua incidência. Especialistas apontam para a construção do Complexo Portuário de Suape, que resultou no aterramento de estuários vitais para a reprodução e alimentação dos tubarões, como um dos fatores que contribuem para o aumento desses incidentes.
A praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, registrou 16 ataques desde 1992. Um dos casos recentes envolveu uma jovem de 15 anos e um adolescente de 14 anos em menos de 24 horas, resultando em ferimentos graves. Esses locais são considerados de maior risco de ataques devido à proximidade de canais profundos, onde os tubarões frequentam águas rasas durante a maré alta.
Em meio a esses acontecimentos, em 2021, houve a proibição de acesso a determinadas áreas após a morte de um turista em um local conhecido como “igrejinha”. O biólogo Andrey Freire destacou que essas restrições foram estabelecidas para evitar incidentes e proteger os banhistas.
Freire salientou que tubarões-tigre e cabeças-chatas são espécies predominantes na costa pernambucana e estão entre os tubarões mais agressivos do mundo, juntamente com o tubarão-branco.
Apesar das medidas de precaução, a desobediência às sinalizações de perigo continua sendo um problema. Freire enfatizou que, em geral, os ataques ocorrem devido à falta de respeito dos banhistas em relação às regras estabelecidas.
A falta de monitoramento contínuo da população de tubarões no estado também é apontada como um fator contribuinte para a ocorrência desses incidentes. O desequilíbrio ambiental causado por mudanças na população de tubarões pode aumentar o risco de ataques, enfatizando a necessidade de monitoramento e cooperação da população para evitar esses eventos.
O debate sobre a coexistência entre humanos e tubarões continua, exigindo esforços conjuntos para preservar ambientes marinhos e garantir a segurança de todos os frequentadores das praias pernambucanas.