Ex-Diretor da Americanas Opta pelo Silêncio em CPI que Investiga Fraude Bilionária
Na tarde desta terça-feira (15/8), o ex-diretor da Americanas, Márcio Cruz Meirelles, causou um impacto ao optar por permanecer em silêncio durante sua participação na sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados. A CPI tem como foco a apuração de uma fraude contábil massiva no valor de R$ 20 bilhões na varejista. A postura de Meirelles deixou parlamentares e observadores intrigados, mas o ex-diretor explicou que estava seguindo a orientação de seus advogados ao se manter em silêncio.
No entanto, antes de adotar o silêncio perante a CPI, Márcio Cruz Meirelles fez um breve pronunciamento lendo um comunicado. Ele expressou estar "surpreso" com as denúncias de fraude na Americanas, que vieram à tona em um fato relevante divulgado pela própria empresa em 11 de junho. O documento apontava ex-diretores da companhia como responsáveis pelo problema, o que chocou muitos no setor empresarial e no público em geral.
Essa mesma acusação de fraude foi reforçada pelo atual CEO da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, durante uma sessão anterior da CPI, realizada em 13 de junho. As acusações estavam respaldadas por documentos coletados por um comitê interno da empresa, que foi estabelecido pelo conselho de administração para investigar a questão em detalhes.
No decorrer de seu pronunciamento, Meirelles compartilhou detalhes de sua trajetória na Americanas. Ele possui 52 anos de idade e dedicou 28 anos de sua vida à empresa, ingressando como estagiário em 1994. Ele destacou sua crença contínua na empresa ao longo de sua carreira e revelou ter investido parte de sua remuneração na compra de ações da Americanas, mantendo uma participação significativa em seu portfólio.
Na mesma sessão da CPI, outros convidados também prestaram depoimentos. O procurador José Maria de Castro Panoeiro, do Ministério Público Federal (MPF), revelou estar em negociações para um acordo de delação premiada com ex-diretores da companhia. Além disso, o delegado da Polícia Federal Acen Amaral Vatef, da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários (Deleprev), também trouxe sua perspectiva sobre o caso.
A Americanas, por meio de um comunicado oficial, contestou a versão de Meirelles. A empresa afirmou que o relatório apresentado durante uma sessão anterior da CPI foi baseado em documentos obtidos pelo Comitê de Investigação Independente, além de outros documentos identificados pela administração e seus consultores jurídicos. A varejista destacou que as investigações do Comitê Independente ainda estão em andamento e que está cooperando com todas as apurações e investigações conduzidas por várias autoridades competentes, incluindo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Ministério Público, a Polícia Federal e a Câmara dos Deputados.
A medida que a investigação sobre a fraude contábil da Americanas continua, a postura de Márcio Cruz Meirelles durante a CPI levanta questões sobre o desenrolar desse escândalo financeiro de proporções significativas. Com palavras-chave de alto CPC como "fraude contábil", "CPI", "ex-diretor da Americanas", "acusação", "investigação", a atenção da mídia e do público permanece focada nesse caso complexo e em constante evolução.